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segunda-feira, maio 10, 2010

saudade.


Ai que saudade das minhas meninas!

Reflexões sobre a indústria cultural lésbica

"Em numerosos lugares, necessidades iguais" são "satisfeitas com produtos estandardizados". Li isso em Adorno ontem e meu mundo caiu. Que os produtos são padronizados eu já sabia. O que pega mesmo são as necessidade iguais.

Nós somos manipuladas para ter as mesmas necessidades em todo o mundo capitalista. Mais do que isso, nós desejamos ter as mesmas necessidades. É o paradoxal desejo das massas, a "ânsia de adesão ao todo", o "desejo de saber o que todo mundo sabe, ver o que todo mundo vê".


Porém a massa não tem desejos; ela "remonta à possibilidade de se deixar moldar pela ação exterior justamente por ausência de desejo". Nós nos sentimos perdidas sem uma direção do que gostar. A individualidade é tida como um limbo de solidão, onde não nos encaixamos em nenhum grupo, não nos sentimos pertencentes a nada.

E então vamos atrás de uma identidade. Alguém que nos diga o que é ser gay ou lésbica. Como é. Como devemos nos vestir, nos comportar, o que devemos fazer quando queremos nos divertir. Lésbicas bebem cerveja, gays vão a boates. Nós veneramos Madonna e Lady Gaga.

Nós assistimos a The L Word em busca de uma personagem que nos dê o aval para ser quem queremos ser. "Olha a Tina, eu posso ser uma sapatão feminina". "A Dana não dá pinta, então não tem problema eu ser discreta". Ignoramos que estamos deixando outras pessoas construírem nossas personalidades e identidades. Sentimos a necessidade de fazer parte de algo e, dessa forma, trocamos as amarras do mundo hétero pelos esquemas pré-moldados lésbicos.

Hoje temos mais opções além de butch e femme, o que não significa que estamos nos livrando dos padrões. Lá fora falam em lipstick lesbians e aqui queremos ser lesbian chic. De um jeito ou de outro, estamos atrás daquele pote de ouro no final do arco-íris que é o "ser eu mesma" dentro da "cultura lésbica".

E a cultura lésbica até hoje eu não sei o que é ou se existe. Cada vez mais percebo que o que antes era contracultura gay e lésbica hoje está sendo assimilado pela indústria cultural, virando hype e sendo revendido de volta para a gente. E a gente compra."Em numerosos lugares, necessidades iguais" são "satisfeitas com produtos estandardizados". Li isso em Adorno ontem e meu mundo caiu. Que os produtos são padronizados eu já sabia. O que pega mesmo são as necessidade iguais.

Nós somos manipuladas para ter as mesmas necessidades em todo o mundo capitalista. Mais do que isso, nós desejamos ter as mesmas necessidades. É o paradoxal desejo das massas, a "ânsia de adesão ao todo", o "desejo de saber o que todo mundo sabe, ver o que todo mundo vê".


Porém a massa não tem desejos; ela "remonta à possibilidade de se deixar moldar pela ação exterior justamente por ausência de desejo". Nós nos sentimos perdidas sem uma direção do que gostar. A individualidade é tida como um limbo de solidão, onde não nos encaixamos em nenhum grupo, não nos sentimos pertencentes a nada.

E então vamos atrás de uma identidade. Alguém que nos diga o que é ser gay ou lésbica. Como é. Como devemos nos vestir, nos comportar, o que devemos fazer quando queremos nos divertir. Lésbicas bebem cerveja, gays vão a boates. Nós veneramos Madonna e Lady Gaga.

Nós assistimos a The L Word em busca de uma personagem que nos dê o aval para ser quem queremos ser. "Olha a Tina, eu posso ser uma sapatão feminina". "A Dana não dá pinta, então não tem problema eu ser discreta". Ignoramos que estamos deixando outras pessoas construírem nossas personalidades e identidades. Sentimos a necessidade de fazer parte de algo e, dessa forma, trocamos as amarras do mundo hétero pelos esquemas pré-moldados lésbicos.

Hoje temos mais opções além de butch e femme, o que não significa que estamos nos livrando dos padrões. Lá fora falam em lipstick lesbians e aqui queremos ser lesbian chic. De um jeito ou de outro, estamos atrás daquele pote de ouro no final do arco-íris que é o "ser eu mesma" dentro da "cultura lésbica".

E a cultura lésbica até hoje eu não sei o que é ou se existe. Cada vez mais percebo que o que antes era contracultura gay e lésbica hoje está sendo assimilado pela indústria cultural, virando hype e sendo revendido de volta para a gente. E a gente compra.

Fonte: Antena ParaLesbica