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segunda-feira, abril 12, 2010

Living after goodbye – Parte III

PARTE III

Alice e Kit levam Max para casa. O rapaz diz que está cansado e vai para a antiga garagem, onde mora. Na residência ao lado, Bette está no escritório cuidando dos negócios da galeria da qual é sócia-proprietária com Kelly Wentworth.

Tina chega, abre seu notebook e decide procurar emprego em outro estúdio. Navegando em páginas de informação, encontra notícias sobre a produção do último roteiro de Jenny. No chão, Angélica e Shane brincam de montar um quebra-cabeça de um quadro de Goya.

- Ei, girls, vocês não vão acreditar nisso aqui – comenta a loira.

- O que é, Ti? – pergunta Bette, sem desviar os olhos de seu computador.

- Ouçam essa manchete: Último roteiro escrito por Jenny Shecter será estrelado por Niki Stevens – a produtora executiva se joga para trás na cadeira, perplexa.

- Ow shit! – exclama Shane.

- E tem mais. A jovem atriz diz que está muito feliz em poder homenagear a amiga morta com seu trabalho. Niki conta que as filmagens já começaram. Homenagear Jenny? O que ela está pensando? – indigna-se.

- Isso é ridículo – opina Bette.

- Ow fuck! – diz a loira.

- Tina! Angélica está aqui – repreende a curadora da galeria de arte.

- Vocês sabem quem vai dirigir esse filme? – a produtora, um tanto exaltada, olha para sua mulher e para a amiga – Façam suas apostas – incentiva.

As duas tentam pensar em algum nome, mas desistem.

- Dylan Moreland – anuncia – A diretora foi escolhida por ter sido amiga da roteirista. Os produtores acreditam que assim poderão levar para a tela o mais próximo dos sentimentos de Jenny ao escrever. Quem também foi convidada a fazer parte da equipe é a jovem e talentosa figurinista Liv Gordon. Ela acabou de chegar da Europa, onde causou frisson com seus trabalhos – Tina olha para as amigas sem acreditar no que lê.

- Dylan? O que será que Helena vai pensar quando souber disso? – indaga-se Shane.

- Acho que ela não vai ficar feliz… E acho melhor não contarmos nada ainda. Mas… Liv Gordon? Acho que nunca ouvi falar dela – comenta Bette.

Shane também não reconhece o nome em suas intermináveis listas de mulheres.

- Hum… Ela fez o figurino de uns filmes europeus. Ah, tem um ótimo! Aquele sobre a rainha Elizabeth, a guerreira – a loira tenta fazer as outras se recordarem.

- Huuuum… A garota é boa, adorei os figurinos desse filme – responde a irmã de Kit.

- Pena que não tem fotos dela aqui – lamenta-se a produtora.

- Ficou interessada? – provoca Bette.

Tina dá de ombros.

- Só quero saber como ela é – confirma a loira, alimentando o ciúme de sua companheira.

- Mamy Be, o que a gente vai fazer hoje à noite? – pergunta Angie.

- Baby, a mamy Be vai sair com a mamy Ti hoje. Mas amanhã nós podemos passar o dia na piscina e depois assistir a um filme. O que você acha?

Angélica pensa na proposta da mãe.

- A tia Shane pode ficar com a gente? – questiona.

- Pode, docinho. A tia Shane e suas outras tias vão ficar com a gente amanhã.

- Êeeeeeeeeee – a menina se levanta e começa a correr pelo escritório, provocando o riso nas três adultas.

Tina deixa sua cadeira e pega a filha no colo.

- Mas agora meu biscoitinho vai para o banho – enche a bochecha dela de beijos.

- Ah… – lamenta a criança.

- Nada de “ah…”, mocinha.

- Hei Angie, quando você voltar do banho, prometo uma tigela bem grande cheia de pipoca – Shane pisca para a pequena.

- Oba! – alegra-se Angélica, que se solta de Tina e dá um beijo na cabeleireira.

A produtora sobe com a filha para o banho.

- Vai ao Hit hoje, Shane? – pergunta Bette.

- Mas é claro que ela vai! Nem que eu mesma tenha que arrastá-la – responde Kit, entrando junto com Alice.

- Ow, não, Kit, não. Hoje eu não quero sair… Me desculpe, mas eu não vou ao Hit – diz.

- Shane, qual é? Vamos lá… Por mim! – pede Alice, olhando para a amiga com os olhos úmidos.

- Ei, Al, como estão Tasha e você? – preocupa-se a cabeleireira.

- Não estamos – ela responde e se senta ao lado da amiga, desmontando o quebra-cabeça.

- O que é isso? – pergunta a sócia da boate e do café para a irmã mais nova.

- Angie e Shane estavam brincando – esclarece Bette.

- Um quebra-cabeça de quinhentas peças que forma réplicas de pinturas famosas?! Você deu isso a Angie com apenas quatro anos? – interroga a jornalista, com uma careta de reprovação.

- Dei. Acho importante Angélica crescer desenvolvendo seus sentidos para a arte. E ela adora tintas – orgulha-se – É a pintora da escolinha – afirma Bette.

- E você, Kit? Conte-nos como vai a sua drag… Quer dizer… O seu… – Shane tenta mudar de assunto, fica na duvida em como se referir ao namorado da dona do Hit Club e faz todas rirem.

- Ui… Sonny Benson é incrível! Meninas… Fico com calor só de me lembrar.

- Acho essa história incrível – admira Alice.

- E por que você não desenvolve um roteiro? – sugere Tina – A sua primeira ideia rendeu 500 mil dólares à Jenny.

Shane vai até a cozinha e coloca pipoca no microondas.

Alice pensa na sugestão da produtora, mas antes de poder dizer algo, seu celular toca. Ela pede licença e vai atender na cozinha, onde está a amiga cabeleireira. As duas voltam com três tigelas de pipoca para todas.

Angélica entra no escritório e dança com o fone de seu mp4 novo no ouvido.

- O que ela está ouvindo? – pergunta Tina.

- Ah, é a sequência que nossa querida Sunset Boulevard preparou para tocar no Hit esta noite. Os maiores sucessos da Disco Music, girls! Aquela boate vai ferver hoje – promete a dona do estabelecimento.

Helena chega e cumprimenta a todas com largo sorriso.

- Hello, girls!

- E por falar em ferver, eis que miss Peabody está de volta – comenta Bette entre risos.

As amigas riem. Shane puxa Helena para o chão e monta em cima dela, segurando-lhe as mãos acima da cabeça e imobilizando-a com as pernas.

- Onde a senhorita estava? – diverte-se a ex de Jenny como não fazia há alguns dias.

- Ei! Acho que estamos sobrando aqui, garotas – avisa Alice em tom de brincadeira e finge que vai se levantar.

- Isso é o que se chama chegar junto – ri Tina – Deve ser por isso que ela faz tanto sucesso.

- A sargento MacDuffy é boa? – Kit vai direto à questão.

Elas ficam em silêncio por alguns instantes e olham sérias para Helena, que não resiste.

- Maravilhosaaaaaaaaaa!

Shane se deita em cima dela. Alice e Tina se jogam no montinho, com Angélica por cima.

- Crianças, crianças! Deixem a nossa inglesinha falar – pede sua sócia.

As cinco se sentam.

- Quer dizer que alguém teve uma tarde… – Bette olha para a filha e pensa na palavra mais adequada – Animada?! – pergunta num sorriso insinuante.

- Não brincamos de casinha, se é o que vocês querem saber. Mas Mary é uma mulher incrível – derrete-se a empresária.

- Huuuuuuum! Mary – suspiram as amigas, todas juntas, e caem em gargalhadas.

- Se ela cumprir o que promete, Helena, você tirou a sorte grande, literalmente – brinca Alice.

- Vai levá-la ao Hit hoje? – quer saber Tina.

- Eu a convidei, só que hoje ela está de plantão – lamenta-se – Mas… Vamos nos encontrar amanhã – revela – Combinamos de correr juntas…

- Correr?! Helena, acho que eu não preciso dizer que há outras maneiras de vocês duas se exercitarem – insinua Bette.

- Ow, ow, ow. Perguntas fundamentais – Shane pede silêncio e Helena se posiciona para o interrogatório – Ela é solteira?

- Sim.

- Beija bem?

- Sim.

- Dyke ou no armário?

A inglesa faz suspense.

- Totalmente dyke! – acaba por dizer.

A empresária é abraçada pelas amigas que estão ao seu redor.

- Boa, garota! É isso aí. É muito bom ter a nossa Helena conquistadora irresistível de volta – comemora Shane.

Bette se levanta e chama a filha. Ela vai ligar para a babá que fica com Angie quando ela sai com sua mulher.

No escritório, Alice conta para Helena sobre a ideia do roteiro. A sócia de Kit aprova e incentiva a amiga a criar a história. Ao mesmo tempo, pensa em Lez Girls e comenta que se o estúdio ainda fosse seu, distribuiria o filme original e, em seguida, rodaria o script de Alice.

Todas ficam em silêncio.

- E se você conversar com sua mãe? – sugere Shane.

- Ow, acho que podemos ter alguma chance – anima-se Tina – William está falido, não consegue distribuir sua versão com final hétero. Ah, acabo de receber a informação que Adele e aquele presidente pularam fora da jogada – comemora.

- Esperem… – Helena se levanta e dá alguns passos pelo escritório tentando se lembrar de algo – Quando minha mãe me desautorizou a usar nossa fortuna, o advogado que cuidou de tudo não vendeu o estúdio. Ele arrendou até que eu pudesse reassumir a presidência. E os direitos do filme foram comprados em nome da Peabody-Shaolin Film Studio – ela se anima à medida que se recorda de alguns detalhes – Então, pelo que Tina diz, nosso único empecilho é o investimento de William no projeto. Você se lembra de quanto foi, Ti? – ela pede ajuda para recordar a cifra.

- Dezenove milhões de dólares – responde a produtora executiva.

- Não quero ser muito otimista, mas… Acho que conseguimos cobrir esse valor com os patrocinadores certos – vibra a empresária.

As mulheres se empolgam com a ideia e Tina vai buscar Bette enquanto Helena faz algumas ligações.

A inglesa consegue, em poucos minutos, 15 dos 19 milhões que precisa. Enquanto as outras pensam no que fazer, Helena se lembra do dinheiro guardado em Malta. Ela diz que não gastou nada enquanto estava com Dusty no arquipélago paradisíaco. Pede para usar o notebook de Tina e busca o saldo de sua conta pela internet.

- Bem, girls – ela sorri – Acho que podemos começar a jogar com seis milhões nossos – anuncia.

As amigas ficam impressionadas com o montante e decidem comemorar o novo empreendimento.

- O brinde fica para mais tarde, no Hit – sugere Kit.

Todas murmuram em concordância.

- Muito bem, agora eu preciso ir ver o meu advogado para saber dos termos do contrato de arrendamento. Vejo todas vocês mais tarde – despede-se Helena.

Kit acompanha sua sócia.

Alice vai com Shane até a casa da amiga. Bette e Tina ficam sozinhas enquanto Angélica brinca no quarto.

- Parece que alguém não vai precisar de outro emprego – diz Bette enquanto puxa a parceira para si e a beija.

- Parece que não – Tina acaricia o corpo da curadora.

- Isso significa que adiamos em definitivo a mudança para Nova Iorque? – pergunta a morena enquanto deixa a blusa de sua mulher cair no chão.

- Definitivamente adiada! – responde a loira enquanto desliza a mão para dentro da calça de Bette.

Tina senta numa das cadeiras e leva a parceira consigo, sem parar de acariciá-la. A curadora respira acelerado e beija o pescoço de Ti enquanto lhe aperta os seios. Elas se movimentam no mesmo ritmo. Quando a produtora geme mais alto, Bette lhe cobre a boca com beijos.

A loira sente em seus dedos o gozo de sua mulher. Elas se entregam ao prazer de se terem e se abraçam.

Com a cabeça deitada no ombro da produtora, a morena respira profundo, ainda sob efeito do orgasmo.

- Eu ainda preciso me casar com você – sussurra.

Ti abre um sorriso radiante e busca os lábios de sua amada.

- E eu estou pronta para dizer sim a você.

As duas ficam de rosto colado e sonham, cada uma a sua maneira, com uma cerimônia de casamento.

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