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sábado, maio 01, 2010

Living after goodbye – Parte IV


por Brunella França em Memórias Póstumas de Jenny Schecter

Acompanhem Dylan na quarta parte do Fanfic que dá continuidade a The L Word.


PARTE IV

Nos estúdios da Paramount, a equipe de produção de Dangerous Girls está a todo vapor. Cenas de testes estão sendo gravadas e os personagens alienígenas são criados no computador, com a tecnologia em 3D. Já é noite quando a diretora libera todos para um descanso.

- Você parece chateada com alguma coisa – intui Liv.

- Só não esperava ter de ceder em algo tão importante para dirigir esse roteiro da forma mais independente possível – desabafa Dylan.

As duas entram na sala da diretora. Dylan se encosta a uma mesa e Liv senta sobre a outra, cruza as pernas e apoia o corpo nas mãos, inclinando-o levemente.

- Não queria Niki Stevens no elenco? – supõe.

- Bem, nem tudo poderia ser mesmo do jeito que eu quero – ela olha para o chão e balança a cabeça para, logo em seguida, sorrir à ruiva – Mas para um primeiro dia de gravação com a equipe completa, acho que rendemos bastante – avalia.

- Estou empolgada – os olhos da ruiva cintilam – Nunca tinha pensado em desenhar figurinos para personagens feitos por computação gráfica. É desafiador – comemora.

- Dirigir personagens virtuais também é uma experiência nova… – a diretora é interrompida por alguém abrindo a porta.

- Hi! – sorri Niki ao cumprimentá-las – Bem, eu espero não estar atrapalhando nada – diz a atriz, provocando-as.

- Olá, Niki. Você precisa de algo? – Dylan pergunta séria, desfazendo o jogo de insinuações da jovem.

- Ow, não… Eu só… – ela se aproxima da diretora – Quero dizer que estou muito feliz em trabalhar com você, Dylan… – sorri.

- Well, ham… É bom tê-la no projeto. Todos… Todos queremos fazer um grande trabalho aqui.

Niki se volta para Liv. Com olhar interessado, aborda a figurinista.

- Liv – a atriz pronuncia num tom sedutor e apoia as mãos nas pernas da ruiva – Adorei a sua ideia para o figurino da minha personagem. É sexy sem ser vulgar e nada óbvio também – elogia.

Quando a garota ensaia um movimento de deslizar as mãos para as coxas da figurinista, ela segura as mãos da atriz e oferece um sorriso de reprovação.

- Fico feliz que tenha gostado, miss Stevens – Liv tira as mãos de Niki de suas pernas.

- E eu posso saber como é esse figurino? – questiona Dylan.

- Claro! – a ruiva abre seu notebook e mostra o modelo – Eu busquei algumas influências em personagens de histórias em quadrinhos, no exército e em filmes semelhantes – explica – A personagem é uma atiradora de elite, uma mulher sedutora, mas elegante, com estilo próprio e muito charme. Por isso, escolhi para ela um corpete de couro preto. É uma peça sexy e valoriza o corpo da mulher. Para combinar, uma bermuda de alfaiataria com botões descentralizados, à direita e à esquerda. Atente para o detalhe da barra dobrada – ela aponta na tela e a diretora acompanha a explicação – Para finalizar, um colete com a estampa do exército estilizada em tons de preto e cinza – sorri, orgulhosa de seu trabalho.

- É a primeira vez que me sinto realmente adulta num trabalho e acho que essa roupa vai ajudar bastante – adianta-se em dizer a atriz.

- Ah, como pude me esquecer? – Liv apressa-se em dar destaque aos pés da boneca que usa como manequim – A marca da personagem serão esses scarpins em dégradé de vermelho. E, para o cabelo, eu sugiro que ela use um rabo de cavalo bem no alto da cabeça – a ruiva aguarda o veredicto de Dylan.

- Só no protótipo já parece incrível, Liv. Estou… Impressionada!

- Estou ansiosa para atuar logo com meu figurino… – diz a jovem, jogando charme para a figurinista.

- Mais alguma coisa que você queira dizer, Niki? – pergunta Dylan, um tanto sarcástica.

- Hum… Só um convite – olha-as – Para as duas – sorri – O Hit reabre hoje e promete uma noite incrível – ela gesticula com as mãos – Mas a festa só estará completa com vocês lá. Espero vê-las mais tarde – a atriz pisca para ambas e sai. Da porta, joga um beijo para cada uma.

Dylan vira a cabeça para o lado, como quem não acredita no que vê e sorri, nervosa. Liv desliza da mesa, pousa no chão e ajeita o vestido.

- O que é o Hit? – interessa-se em saber.

- Ow, Hit Club. A melhor boate lésbica de Los Angeles – informa a morena, não muito à vontade.

- Uau! Eu preciso conhecer esse lugar – entusiasma-se.

- Bem, Niki fez um convite, basta aceitar – diz a diretora, num tom meio de decepção.

- Esqueça essa garota – Liv se aproxima e descruza as mãos de Dylan – Vamos comigo – convida. Ela põe as mãos da diretora em sua cintura.

- A proposta é tentadora! Mas… – a morena desvia o olhar.

- Mas…? – a ruiva a traz de volta.

- Eu não vou ao Hit, me desculpe – a diretora desliza as mãos pelas costas da figurinista, que estremece aos toques suaves.

- Por que não? – insiste a jovem, colando seu corpo ao da outra.

- Eu não me sentiria bem… Não quero encontrar alguém que certamente estará lá – explica, evasiva.

- Ex-namorada? – arrisca a ruiva.

- Mais do que isso… – Dylan se solta do corpo convidativo de Liv e se recosta na mesa onde antes estava a figurinista.

Liv se vira para a diretora. Nos olhos da morena, lágrimas e dor.

- Ela é a mulher por quem eu sempre fui apaixonada, desde que a conheci. Ela é… – seca as gotas e cruza os braços abaixo dos seios – Ela é o amor da minha vida e eu… Eu estraguei tudo… Duas vezes… E a última ainda é bem recente – esconde o rosto.

Liv sabe bem o que a outra sente, aquela dor lhe é familiar. Imediatamente, recorda-se de sua viagem à Espanha e de Amanda. Ainda dói. Num passo hesitante, vai até Dylan e oferece um abraço. A diretora se permite chorar no ombro daquela até então desconhecida. Deixa cair as lágrimas, como se as gotas possam lavar também a angústia, o arrependimento, as noites insones desde que Helena terminou o relacionamento entre elas.

Quando já se sente melhor, levanta a cabeça e busca os olhos de Liv. Aquele verde convida a um passeio por belas campinas e a flor oferecida está ao alcance de seus lábios.

- Eu preciso rever algumas cenas no script e ainda passar no estúdio onde o pessoal da computação gráfica está trabalhando – diz a diretora.

- Bom, já entreguei alguns moldes hoje e vou tentar adiantar mais alguma coisa para segunda-feira… – a figurinista deixa Dylan livre e pega sua bolsa colorida em forma de borboleta – See you! – despede-se.

A diretora alcança a ruiva próxima à porta.

- Liv – segura-a pelo braço – Eu… – o agradecimento fica mudo ante o sorriso da figurinista.

A jovem acaricia o rosto da outra e une os corpos pela cintura, com a mão firme nas costas da diretora. Dylan fecha a porta e busca os lábios de Liv. O beijo cresce em intensidade à medida que as mãos partem em explorações cada vez mais ousadas.

O mini-colete de Liv é o primeiro a tocar o chão. A figurinista diverte-se nos tantos botões da camisa de Dylan, que deixaram seus dedos coçando desde que a vira. Blusa aberta, enquanto ambas saboreiam-se em bocas e línguas, os dedos habilidosos da ruiva não encontram resistência para desabotoar o jeans que a morena veste.

A diretora, por sua vez, demora-se em carícias pelas coxas firmes da figurinista. Liv comprime seu corpo contra o de Dylan e desce em beijos e lambidas pelo pescoço, colo, até chegar aos seios. O sutiã desaparece rápido e os mamilos sequer têm tempo de sentir a temperatura da sala. A ruiva suga, beija e lambe-os alternadamente.

Dylan respira ofegante e aprecia o prazer daqueles lábios macios percorrendo seu corpo. Em resposta, abriga sua mão na calcinha da outra, acariciando-lhe em movimentos circulares até chegar ao ponto intumescido entre as pernas da figurinista.

Com gemidos descompassados, Liv pede mais e recebe. Seus dedos encontram úmida a abertura da mulher em suas mãos, pronta a recebê-la. A ruiva pede espaço e posiciona a perna da morena pouco abaixo de sua cintura. Buscam os olhos por um instante.

Quando sente sua outra perna sendo deslocada, a diretora solta um gemido mais alto e se entrega às carícias da jovem. As duas buscam movimentos ritmados, aumentando-lhes o prazer. No baixo ventre de Dylan, a excitação palpita. Elas experimentam o ardor pleno do êxtase ao fundirem-se. O orgasmo que alcançam prolonga-se até sentirem as forças faltarem.

O laço das pernas da diretora afrouxa e Liv a ajuda a descer. Retira a mão devagar, fazendo a morena estremecer mais uma vez. Dylan se apoia na porta e abriga o corpo de Liv até as respirações normalizarem. Elas se fitam, satisfeitas.

A ruiva busca os lábios da outra, que os recusa. Um arrependimento tênue nubla o rosto da diretora.

- Liv, eu… – tenta se afastar. A figurinista a segura com o corpo.

- Dylan, eu sei o que você vai dizer. E, acredite, eu também não quero um relacionamento.

A morena relaxa e encosta a testa na da ruiva.

- Você é uma mulher atraente, interessante e me excita, mas isso não quer dizer que eu esteja apaixonada, entende? – esclarece a figurinista.

- Acho que sim – e contrai a face num meio sorriso.

- Podemos apenas nos divertir? – propõe a jovem.

- Hum… Acho que posso me acostumar a essa diversão – responde e beija Liv.

As duas se recompõem e deixam a sala da diretora. Dylan ainda vai trabalhar com a equipe de computação gráfica. Liv vai para casa.

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